Passado o perigo maior do grande incêndio que atingiu o setor industrial de Marcelândia (710 km de Cuiabá) nesta quarta-feira (11), a maior parte dos moradores tenta encontrar um caminho a tomar a partir de hoje. Passadas 24 horas após as labaredas consumirem 16 serrarias, mais de 100 casas, animais, veículos, máquinas e até mesmo a esperança da população, os atingidos pelo desastre passam momentos de indecisão.

A cidade está coberta de fumaça. Ao amanhecer, os marcelandienses começaram a se dar conta da proporção do incêndio. Mais de 100 famílias estão sem moradias, sem móveis, roupas ou qualquer objeto pessoal, que foi queimado pelas chamas. Eles estão alojados temporariamente em duas escolas e no pavilhão da igreja.

Algumas pessoas resolveram ir embora da cidade. Sem casa, sem emprego – já que a serraria que trabalhava queimou – cerca de oito famílias já embarcaram para casa de parentes em outras cidades. “Só nos resta buscar apoio nos familiares mais próximos”, relatou, ao Olhar Direto, o operário João Silva da Cruz, que se mudou hoje para a casa do irmão, em Sinop.

Outros ainda vasculham as cinzas das casas queimadas e os barracões de serraria, na esperança, quem sabe, de encontrar algo que possa pelo menos confortar o momento de angústia. A dúvida maior, da maioria, é como tocar a vida para frente, sem ter onde morar e, o pior, sem visualizar possibilidade de trabalho, já que parte das madeireiras atingidas não vai mais voltar a funcionar.

Pelo menos três empresários já relatam na cidade que não vão reconstruir o que foi queimado, mudando de atividade. Outros madeireiros ainda contabilizam os prejuízos. Em uma beneficiadora de lâminas para fabricação de compensados, o prejuízo estimado foi de R$ 5 milhões, com perda da estrutura, estoque de toras e de material já laminado, máquinas, entre outros objetos.

O governador do Estado Silval Barbosa (PMDB) esteve hoje em Marcelândia sobrevoando os pontos mais atingidos pelo fogo. Homens da Defesa Civil estão no local para ajudar. O governo trabalha agora com o atendimento as pessoas que tiveram as casas queimadas e que necessitam de apoio médico ou assistencial.

A Defesa Civil não trabalha com a hipótese da ajuda de tropas federal no momento, uma vez que a situação no local está sob controle. O fogo teria começado em uma área próxima de madeireiras da cidade, uma parte das chamas avançou para a área rural e a outra invadiu as madeireiras e para as casas. Neste momento o fogo que passou pela cidade avança em direção a uma área de floresta e de pastagem.

Fotos: Noticia Minuto - reportagem local de Deivid Trombeta





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Fotos: Edson Rodrigues - Secom/MT